3 de jun. de 2010

Rompimento e mudança, por Vicente Falconi



"Romper com o passado é conscientizar-se de que a empresa pode ser continuamente melhorada...é se preocupar com o futuro da empresa...com a gestão de pessoal voltada para o crescimento do ser humano...romper é ainda ter a consciência de que a qualidade, a produtividade e a posição competitiva da empresa dependem diretamente do resultado de cada pequeno procedimento, como se fora o elo de uma corrente...O processo de rompimento é um processo de mudança da própria maneira de pensar e requer determinação. É preciso que TODAS as pessoas da empresa MUDEM sua maneira de pensar."


Vicente Falconi Campos é consultor de grandes grupos empresariais brasileiros e orientador técnico do INDG - Instituto de Desenvolvimento Gerencial; Ph.D pela Colorado School of Mines (USA); Engº e Professor Emérito pela UFMG. Escritor brasileiro. Livros: Qualidade Total: Padronização de empresas. TQC-Controle de Qualidade Total, etc.

A Trilogia Juran


A Trilogia Juran é definida pelo uso de 03 processos no gerenciamento para a qualidade: Planejamento da qualidade, Controle da qualidade e Melhoramento da qualidade. 

1. PLANEJAMENTO DA QUALIDADE: necessidade de projetar a qualidade e definir meios de alcançá-la. Desenvolver produtos/Serviços e os processos necessários para atender às necessidades dos clientes. Isso requer pesquisar, determinar quem são esses clientes, quais suas necessidades, desenvolver características de produtos e processos que os atendam e transferir sempre o planejamento do alto até às forças operacionais da organização. O Planejamento deve ser sério e envolver vários conhecedores e responsáveis por etapas para que o resultado seja atingido. Importa que sejam observados então os pontos de entrada e saída das etapas, a "tripla atuação" onde toda a atividade desempenha a atuação de cliente, processador e fornecedor (ver abaixo Diagrama TRIPOL de Juran) e a determinação de medidas e métodos para avaliar esse plano.

2. CONTROLE DA QUALIDADE: deve-se avaliar o desempenho da qualidade real, compará-la com as metas da qualidade e atuar nas diferenças. Ou seja, o propósito do controle de qualidade é o de minimizar falhas e prejuízos (Não conformidades), mantendo a capacidade de atingir as metas operacionais definidas. Todos na empresa devem ser ativos no controle da qualidade, pois o autocontrole é pré-requisito universal, e todo tipo de acontecimento pode interferir no cumprimento das metas.

3. MELHORAMENTO DA QUALIDADE: a empresa deve buscar maneiras de elevar o desempenho da qualidade a níveis inéditos (inovação). Deve-se estabelecer principalmente projetos, infraestrutura, recursos, responsabilidades etc. Ressaltando que o melhoramento da qualidade nada tem haver com "apagar incêndios que vemos por ai", e sim a busca de algo muito melhor, tanto nas características de um produto quanto na ausência de falhas/ deficiências. Isso acontece apenas por meio de Projetos, essa é a etapa principal! Fato é que para se manter competitiva a empresa deve continuamente reduzir suas deficiências nos produtos, serviço ou processos, e investir em diagnósticos para descobrir a má qualidade e encontrar a solução. Esse processo de Melhoramento da qualidade tem retorno inegável, mas não vem de graça e nem fácil assim, deve-se ter foco. A melhoria deve estar no topo das prioridades.

A chave, segundo Juran,  é que a qualidade deve ser implementada de cima para baixo.

E hoje em dia, em qualquer empresa, ainda resta alguma dúvida sobre isso? O que você acha?


Fonte: Juran na liderança pela qualidade. Um guia para executivos – J. M Juran. São Paulo:1990. Nota: Joseph. M. Juran é graduado em Engenharia e Direito, Fundador e Presidente emérito do Instituto Juran, e autor de vários livros, incluindo o Quality Control Handbook. Consultor, já recebeu mais de 30 medalhas e foi condecorado com a Segunda Classe da Ordem do Tesouro Sagrado pelo Imperador do Japão, a condecoração mais alta concedida a um cidadão não-japonês.